Cicloviagem: 2º Dia - Canavieiras a Ilheus - 108 Km

Acordei bem cedo no Domingo, as 3:50 da manhã. Ainda se ouvia o som da folia. Tentei chamar o Alex para desmontarmos acampamento e se preprar para viagem, ainda de noite mesmo, mas em vão. Ele preferiu terminar o descanso até o dia amanhecer.

Resolvi ir até a praia para ver o sol nascer. Fique por ali se esticando e fazendo um alongamento. Para variar tinha um monte de gente que saia da balada, com som alto nos carros, fazendo sujeira na praia e uns mais ousados que circulavam de moto pela areia da praia, fazendo muito esporro com suas descargas de cadron. Me arrependi de não estar de sunga para tomar um banho no mar de Canes.

Estavamos nos programando para chegar a padaria as 6:00, horario que ela abriria, para na sequencia ja pegar logo estrada. Quando começamos a desmontar acampamento ja era 6:40, atrasado mais um vez.

Tomamos um café reforçado com vitamina de Açai e misto quente. A moça que estava no caixa entrou numa de querer estressar comigo, pois tinhamos pedido apenas um misto e o balconista serviu dois. Tive que falar que ia pagar em voz alta para conte-la. Ainda no quesito estresse, teve um adarilho, carioca, que achou que eu tinha obrigação de comprar cigarros pra ele, fala sério...

Ao começar a sair de Canavieiras, descobrimos mais um "ponto turistico", uma especie de monumento, com nome da cidade. Mesmo atrasados, não pudemos deixar de registrar a passagem com mais uma foto.


Despedida de Canes, passando pela ponte com belo visual ao fundo da Barra de Canavieiras


Registros na saída de Canavieiras
Pelo nosso planejamento, ja sabiamos que o dia seria dificil. Seja pela maior quilometragem da trip (108 Km no dia), seja pelo circuito recheados de ladeiras. Mas como disse no fim do dia, nada melhor que a experirência vivida para tirar as melhores conclusões a saber como funciona algo na pratica mesmo. O pedal até entrada de Comandatuba foi tranquilo, com um terreno plano e um bom acostamento. Seguindo a mesmo linha da estrada para Belmonte, sempre com poquissimo movimento, mesmo em pleno Carnaval. Ate este ponto foi cerca de 38 Km.


Confirmando as quilometragens na estrada.
Visual das estrada sempre espetacular.
Confesso que passei pela entrada de Comandatuba com coração partido, pois queria muito ter entrado na Ilha para conhecer. Ja era por volta das 10:00 hs e nossa estadia em Comandatuba atrasaria muito o roteiro final. Na verdade, no meu planejamento incial, estava previsto passar a 1ª noite na Ilha, mas tranquilo, fica para um próxima oportunidade conhecer este paraiso.
Seguimos o pedal no mesmo ritimo, iniciando-se os trexos com ladeiras. Minha bike vinha apresentando um problema no passador de marchar, ja identificado ainda em Porto Seguro. Me arrependi muito de não ter trocado por outro novo, pois, diante das inumeras ladeiras, so funcionava o cambio dianteiro.


Alex, entre Comandatudo e Una, sempre como muito verde e animais na pista
Passamos por um lugarejo chamado Puxinho e um homem abençoado chamado Fracisco nos deu 2 litros de agua gelada, que nos salvou. Nossa água tinha acabado e não viamos nem sinal de comercio para comprar. Ficamos ali uns 5 minutos trocando uma ideia e o tiozinho disse que sempre passava alguém viajando de bike pela aquela estrada. Coincidentemente o tiozinho era mecanico de bike e me arrependi mais a frente de não ter pedido para ele regular o meu cambio.

Sr. Francisco em Puxinho
Estas gentilezas que encontramos pela estrada parece energetico, mais eficiente que Red Bul. Passamos por mais um lugarejo chamado Oitolandia (?) que era banhado por um Rio/Mangue. Perto dali encontramos um bica de agua mineral que deu outro gas a 1º parte do dia . Tomamos banho de agua geladinha e aproveitamos para encher as caramanholas de agua. Eu, que vinha na frente, nem tinha visto a bica. Se estivesse sozinho ia passar batido. Alex sinalizou e fizemos mais uma parada para relaxar.


Banho de bica de agua mineral.
Quanto mais nos aproximavamos de Una, mais aumentava as envergaduras das ladeiras. Uma atras da outra. Sobe e desce, sobe e desce. Teve uma que era coisa de louco de tão grande. Tivemos que descer da bike e subir empurrando, mas não imaginavamos que esta seria ultima ate chegada em Una. No topo dela, tinha uma descida espetacular que nos jogou dentro da cidade. Ao passar por uma ponte a melhor noticia do dia : de um lado uma Cachoeira e do outro um otimo restaurante em Una. Foi por ali mesmo que ficamos.


Chegada em Una
Eram 11:00hs da manhã quando chegamos em Una. Fizemos o Checkin no Restaurante Beira Rio, mais uma vez muito bem recebido pela proprietária Nice. Deixamos nossas bikes guardadas e fomos gastar um tempo na cahoeira. Ficamos por ali cerca de 1 hora até dar 12:00 hs. Tinha uma mulecadinha tomando banho e mais uma vez me decepciou a atitude das pessoas. A diversão dos pivetes era jogar isopor velho na Cahoeira. Quando chove e alaga tudo, o povo fala que é culpa do Governo que não se preveniu.

Cachoeira em Una. Refresco antes do almoço
Comi o bom e velho PF com suco de acerola. Muito bom. Após o almoço ficamos ali no restaurante com as pernas para o ar e descansando para a empreitada da parte da tarde, mais uns 54 Km. Pegamos no sono e não reparamos que o restaurante começou a encher de pessoas e nos ali com as pernas para o ar. Dona Nice veio falar conosco que alguem tinha reclamado do nosso jeito, mas de boa. Ja eram 13:30 e resolvemos tomar o ultimo banho de cachoeira para pegar estrada em seguida.
As 14:00 estavamos nos despedindo de Una. Este trecho, definitivamente, foi o mais punk do dia. Muitas, mas muitas ladeiras mesmo e o meu sistema de marcha me matando. Para completar a estrada sem acostamento, porém o fato bom era o pouco movimento. So viamos grupo de motoqueiros sem capacetes, que eram uma constate nesta estrada.
Seguimos no sobe e desce, que em geral diminui muito velocidade media. Passamos pela Reserva Biologica de Una, outro local que queria muito conhecer, porém tinha que pagar R$ 50,00. Fiz um contato uma semana antes com a administração da Reserva, mas a ideia da aventura de bicileta pelo Litoral da Bahia não colou muito. Então seguimos viagem.
A certa altura começamos a ver o mar, o que nos dizia que o percurso com ladeiras estava ao fim. Fizemos fotos na ultima ladeira do percurso, ja próximo a Lençois, para marcar a despedida do sobe e desce.


Ultima ladeira com vista pro Mar.
A seguir so caminhos planos.
Pedalamos mais uns 25 Km de estrada plana, beirando o litoral. Dificil de dizer que foi a paisagem mais bonita, pois todas até agora foram explendidas, mas seguir beirando o litoral sempre com o mar a sua direita foi muito bom. Acho que tivemos muita sorte de fazer a trip nesta epoca do ano. Não pegamos nenhum dia de chuva e nem muito vento.
Passamos por Lençois, uma especie de lugarejo cortado pela BA 001, beirando mar. Muita gente fazendo festas neste local e foi a partir deste trecho que o movimento de carro ficou infernal, devido a proximidade de Olivença. Nossa sorte era que agora voltava a ter acostamento para seguirmos sem maiores riscos.


Registro em Lençois.
Nesta pegada fomos até Olivença. Olivença é um dos redutos do Surf no Sul da Bahia e o fluxo de ondas quebrando na costa era notorio. Este é outro local que queria ficar um tempo para conhecer melhor. No meu planejamento, levantei vários pontos turisticos para conhecer, mas uma vez tive que passar batido. Fiquei na vontadade de se banhar nas Bacias de Agua Hidrominerais. Ja eram 17:30 quando cruzamos Olivença e tivemos que acelerar para chegar em Ilheus evitando o máximo pedalar a noite.


Litoral de Olivença




Registros em Olivença
Chegamos em Ilheus próximos as 19:00hs. Nossa programação inicial era passar a noite ali e continuar o pedal no dia seguinte até Itacare, mas quando desembocamos em Ilheus no deparamos com transito e clima de cidade grande. Decidimos seguir direto para rodoviaria e ver o horarios de bus a Itacare. Tinha um para dali a 1 hora e resolvemos embarcar rumo a Itacare no mesmo dia. Escolha acertada.
Alex preferiu não mexer em nada, mas eu tirei as bagagens de cima da bike, tomei um banho na rodoviaria e ficamos a esperar o buzu. Na rodoviaria estava com um certo receio de o pessoal não deixarmos embarcar a bike, mas para nossa sorte não teve nenhum estresse. Ja tinha lido antes que sempre ocorriam problemas com este tipo de situação. Pagamos apenas 5,00 de excessos de bagagens, colocamos ela monatdas, apenas amarramos para não ficar correndo dentro do bagageiro e foi so alegria. Nada melhor que a experiência.
Na rodoviaria conhecemos dois cara de BH, figuras, so louco, mas sem drogas. Ficamos todos hospedados no mesmo camping atras do bar Favela na rua principal de Itacare.
Chegamos em Itacare as 11:00hs, com a cidade lotada e muita movimentação de Carnaval. Levantamos acampamento, saimos apara comer algo. Até arriscamos um role pela cidade, mas fomos dormir, pois estavamos quebrado do pedal.
Boa noite, com som do Bar Favela de fundo...nem ouvi.











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